segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Todos os Carnavais importantes

Por todo esse ano passado eu olhei para os lados e via a alegria. Em cada bar, em cada garrafa, em cada copo, em cada curva de mais uma menina fácil. Via e não me contia, me espojava nessa alegria e me embriagava com essa dopanima de fácil acesso.
Então depois do Carnaval eu tropecei feio, vi aquele anjo tentar me soerguer por entre a perdição que eu me encontrava. Me joguei de braços abertos e ela me acolheu.
Por um tempo achei que tinha achado meu porto, por um tempo achei que estava perfeito, mas quando meu falso anjo de resgate me largou à sarjeta para se esfregar em outros demônios, eu cai ainda mais profundamente no umbral dos erros.
Vi o quão errado tudo podia ser, vi o quão enganoso o coração pode se tornar, me iludi por inúmeras vezes e magoei inúmeros peitos, tão frágeis quanto o meu. Continuei por muito a me perder mais e mais, sem rumo, sem porque, nesse ilusório divertimento. Oh, eu, tão jovem, porque tamanha triste sorte se abatera sobre mim? Porque a tão magnífica felicidade me fora negada?
Errei, errei, disse coisas erradas, fiz coisas erradas, andei por caminhos errados, mas aprendi.
Sim, aprendi.

E você, não como o primeiro anjo, nem como o centésimo demônio, apareceu imaculada, sem mancha, tão certa quanto eu estava aprendendo a ser. Os olhos de minha alma ficaram marejados por poderem ver como tudo ia ser ótimo.
Em Agosto te vi.
Em Setembro te conheci.
Em Outubro virei seu amigo.
Em Novembro eu larguei toda e qualquer conexão com o que me rodeava, nadei, mesmo sem saber, num mar até então desconhecido, o mar da responsabilidade.
Em Dezembro nos amamos.

E então, por fim, no Carnaval eu tropecei novamente. Me arrependo amargamente de ter lhe dito aquelas palavras, me entristeço em lembrar de como eu sai da irresponsabilidade mas ela não saiu de mim, de como eu fui o maior idiota do mundo ao te ferir daquele jeito.

Hoje eu tenho de lidar com essa dor todo dia. Te ver, querer poder pedir desculpas, mas meu orgulho me censura. Queria poder te dizer que desta vez eu mudei de verdade, queria poder te dizer de como isso dói tanto em mim, queria te dizer de como aquilo foi só um ato falho, de como eu gostaria de ser aquele que enxuga suas lágrimas nas solitárias noites invernais.

Algo em mim me impede de lhe falar, de fazer com que nós dois paremos de chorar.
Esse mesmo algo agora me empurra e impulsiona minhas covardes pernas a saltar desta ponte.

Mas antes que eu possa descansar, espero que você leia isso, e saiba que a única certeza que eu tive na minha curta errônea vida era a de que eu te amava, amei, e sempre vou amar. Achei uma razão pra viver, mas estraguei ela como tudo em minha vida.
Você foi essa razão que eu busquei, e eu achei, você,
razão
você
razão
você
razão
você

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