quinta-feira, 1 de março de 2012

Aureal

Nem por nunca que aquele céu ia deixar de ser morrendo como estava sendo, as coisas embaralhadas na cabeça se confundem ainda mais quando colocadas em um guardanapo, não ajuda muito mas ajuda muito ao mesmo tempo, por simplesmente estar falando, mesmo que sozinho, sem voz, sem alma - a lua - fina como uma foice de escuro assustador, brilha seu pouco fio e corta as nuvens alaranjadas no céu de sono - sono morto - tudo morto, no mais, só sobra de vida o que esqueceram de matar, mas dai acaba sendo pequeno, acaba sendo pouco,  não é de se importar, o que morreu, mesmo morto, é mais bonito, e ai se vê a verdade de dar valor para sempre, não é porque foi morto que tem de acabar, quem se contenta com a miséria do pouco que ficou vivo por simplesmente ficar calado se e tão digno de pena quanto quem matou o grande.

Não venha reclamar que não teve começo, que o meio não teve sentido e que o fim foi desconexo ou se quer existiu. Olhe pra tua vida, e me diz se tu sabe quando ela começou de verdade, se está no meio, ou perto do fim, ou quando vai acabar. Vai, me diz.

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