And I don't want to cry my whole life through,
I want to do some laughing too... So come on, come on, come on, come on, Laugh with me...
Hellhole Ratrace, Girls
Hellhole Ratrace, Girls
Desde o dia em que tinha parado pra falar com ela, algo martelava na sua consciência, algo de desconfiado. Mas ele tinha se acostumado. Toda a vez em que se arriscava era o mesmo sentimento.
Eram 18:45 e ela ainda podia se atrasar 15 minutos. Tinham marcado as sete, na frente do parque itinerante passava naquele buraco de cidade nesses dias. A noite tinha um clima agradável de fim de Outono. Aliás, era a última noite de Outono. Ele tinha se arrumado, a sim. Sua melhor calça jeans, suas botas marrom-escuro surradas, sua camisa preta preferida, do Batman, com um casaco escuro aberto na frente. Os seus cachos tinham se comportado a tarde inteira.
Sentado no banco em frente a entrada do parque ele esperava.
Tinha começado a falar com ela quase que por acaso, por pura necessidade, tinham muitos amigos em comum, e logo se conheceram.
Foram muitos encontros ocasionais em festas, na rua, na escola e no Flipper, até que resolvessem se conhecer melhor, e, antes de sequer virarem amigos, ali estava ele, esperando ela para o primeiro encontro dos dois.
18:55.
O céu respondia as luzes do parque com infinitas estrelas. O cheiro da pipoca o chamava pra dentro do parque, mas ele tinha que esperar.
19:00.
É isso, agora ela chega.
19:45.
Ao menos ele sempre esperava o pior, e ela não ter vindo não o surpreendeu muito. Só doeu um pouco. Olhou morbidamente pra sua motoca vespa verde escura que o esperava obediente no estacionamento. Se levantou solenemente e foi até lá, em passos derrotados. Respirando pesadamente, tirou as chaves do bolso e abriu o banco, pegou um capacete e...
-Ei!
No que ele mesmo definiria como o maior susto de sua vida mais tarde, ele se virou e viu Mary. Não, esse não era o nome de quem ele esperava, era outra garota, era Mary. Ele nunca tinha visto Mary antes, mas sentia fortemente que já tinha.
-Pode me dar uma carona? Perguntou Mary com uma voz suave e certeira.
-Claro, Respondeu, atônito.
-Ótimo, rindo baixinho, depois que formos lá, concluiu Mary, apontando para o parque.
Ele definitivamente ficou sem fala. "Bem, o que da pra perder?" Pensou. " Bem, quem é ela?" Pensou de novo. "Bem, quem liga?" Pensou derradeiramente.
-Pode ser!, Falou de uma vez só. Era tudo que conseguia dizer olhando pra ela, naquele vestido vermelho até os joelhos, all-stars verde claro, seu casaco preto com aquela comicamente gigantesca cereja nas costas, os cabelos loiros até o pescoço, em um tom claro de trigo novo, ondulado e arrumado. Tudo que podia dizer.
O nome dele não importa, nem o da garota que ele esperava, só o de Mary.
-Qual o seu nome? Perguntou ele, parecendo já saber a resposta.
-Mary, e o seu?
Não nos interessa.
-Humm, legal., Ela disse, enquanto iam até a entrada do parque.
O parque oferecia uma infinidade de opções, mas foram direto no tiro-ao-alvo, depois direto em quase todas as opções, de brinquedos a comidas, e, quando já estavam íntimos, ele revelou que precisava mesmo de uma daquelas pipocas, e foram comprar.
O cheiro do ar era inebriante, as luzes cegantes, o barulho apaixonante, e Mary, bem, era Mary.
Comendo a pipoca juntos, Mary agarrada ao seu braço, conversaram muito. Aparentemente, eram da mesma escola, mas nunca tinham se visto.
Ou já?
Mary citou amigos dela. Muitos eram dele também. Estranho nunca terem se visto.
-Ahhhhhhh... eu quero! Pediu Mary, apontando a roda gigante.
-Tuuuudo bem., Disse ele, sentindo alegrias, emoções, e mil outras coisas que nunca sentira antes.
O caminho todo, até se sentarem nas cadeiras, não pararam de se olhar. Sem se envergonhar, sem se intimidar, mergulhados um no outro.
No exato momento em que atingiram o topo, a roda parou. Olhando lá pra baixo, ele falo:
-Ótimo... esses...
Sem poder terminar a frase, seu queixo foi tocado pelas mãos de Mary, puxando ele pra cima, beijando ele, beijando ele de um jeito que o fez suspirar feito uma moça.
Mary riu, e continuaram, por 4 minutos, até a roda começar a girar de novo. Enquanto iam chegando perto do chão, ele tentou falar de novo, mas um simples toque dos lábios dela o calaram.
Mary riu, de novo.
Foram andando de mãos dadas até a moto dele, e ele sentindo uma alegria que era nova pra ele, peito erguido, sorriso bobo no rosto tentando disfarçar, mas Mary realmente sabia fazer cócegas, e fazer ele se sentir bem.
Abrindo o banco e tirando os capacetes falou:
-Uma carona, certo?
-Sim, por favor, disse Mary, fazendo uma reverência.
Abraçou ela forte e soltou o "obrigado" mais sincero de sua vida no ouvido dela, seguido do beijo mais sincero.
Ela só riu, sorrindo.
Vestiram os capacetes e foram estrada a cima. Quando já iam a um quilômetro do parque, ele se lembrou:
-Então, aonde você mora mesmo?
Sem resposta.
De repente, não sentia mais os braços dela ao seu redor.
Desesperou, parou a moto e olhou para trás. Nada de Mary. Correu uma meia hora procurando, gritando e chamando por ela, voltou a moto e abriu o banco. Lá estava o capacete dela, com um guardanapo lá dentro, com a marca do baton dela nele.
Procurou nas ruas, na cidade, na escola, em todo lugar, por muito tempo. Ninguém a conhecia, ninguém nunca tinha visto ela.
Nunca mais viu Mary.
Eram 18:45 e ela ainda podia se atrasar 15 minutos. Tinham marcado as sete, na frente do parque itinerante passava naquele buraco de cidade nesses dias. A noite tinha um clima agradável de fim de Outono. Aliás, era a última noite de Outono. Ele tinha se arrumado, a sim. Sua melhor calça jeans, suas botas marrom-escuro surradas, sua camisa preta preferida, do Batman, com um casaco escuro aberto na frente. Os seus cachos tinham se comportado a tarde inteira.
Sentado no banco em frente a entrada do parque ele esperava.
Tinha começado a falar com ela quase que por acaso, por pura necessidade, tinham muitos amigos em comum, e logo se conheceram.
Foram muitos encontros ocasionais em festas, na rua, na escola e no Flipper, até que resolvessem se conhecer melhor, e, antes de sequer virarem amigos, ali estava ele, esperando ela para o primeiro encontro dos dois.
18:55.
O céu respondia as luzes do parque com infinitas estrelas. O cheiro da pipoca o chamava pra dentro do parque, mas ele tinha que esperar.
19:00.
É isso, agora ela chega.
19:45.
Ao menos ele sempre esperava o pior, e ela não ter vindo não o surpreendeu muito. Só doeu um pouco. Olhou morbidamente pra sua motoca vespa verde escura que o esperava obediente no estacionamento. Se levantou solenemente e foi até lá, em passos derrotados. Respirando pesadamente, tirou as chaves do bolso e abriu o banco, pegou um capacete e...
-Ei!
No que ele mesmo definiria como o maior susto de sua vida mais tarde, ele se virou e viu Mary. Não, esse não era o nome de quem ele esperava, era outra garota, era Mary. Ele nunca tinha visto Mary antes, mas sentia fortemente que já tinha.
-Pode me dar uma carona? Perguntou Mary com uma voz suave e certeira.
-Claro, Respondeu, atônito.
-Ótimo, rindo baixinho, depois que formos lá, concluiu Mary, apontando para o parque.
Ele definitivamente ficou sem fala. "Bem, o que da pra perder?" Pensou. " Bem, quem é ela?" Pensou de novo. "Bem, quem liga?" Pensou derradeiramente.
-Pode ser!, Falou de uma vez só. Era tudo que conseguia dizer olhando pra ela, naquele vestido vermelho até os joelhos, all-stars verde claro, seu casaco preto com aquela comicamente gigantesca cereja nas costas, os cabelos loiros até o pescoço, em um tom claro de trigo novo, ondulado e arrumado. Tudo que podia dizer.
O nome dele não importa, nem o da garota que ele esperava, só o de Mary.
-Qual o seu nome? Perguntou ele, parecendo já saber a resposta.
-Mary, e o seu?
Não nos interessa.
-Humm, legal., Ela disse, enquanto iam até a entrada do parque.
O parque oferecia uma infinidade de opções, mas foram direto no tiro-ao-alvo, depois direto em quase todas as opções, de brinquedos a comidas, e, quando já estavam íntimos, ele revelou que precisava mesmo de uma daquelas pipocas, e foram comprar.
O cheiro do ar era inebriante, as luzes cegantes, o barulho apaixonante, e Mary, bem, era Mary.
Comendo a pipoca juntos, Mary agarrada ao seu braço, conversaram muito. Aparentemente, eram da mesma escola, mas nunca tinham se visto.
Ou já?
Mary citou amigos dela. Muitos eram dele também. Estranho nunca terem se visto.
-Ahhhhhhh... eu quero! Pediu Mary, apontando a roda gigante.
-Tuuuudo bem., Disse ele, sentindo alegrias, emoções, e mil outras coisas que nunca sentira antes.
O caminho todo, até se sentarem nas cadeiras, não pararam de se olhar. Sem se envergonhar, sem se intimidar, mergulhados um no outro.
No exato momento em que atingiram o topo, a roda parou. Olhando lá pra baixo, ele falo:
-Ótimo... esses...
Sem poder terminar a frase, seu queixo foi tocado pelas mãos de Mary, puxando ele pra cima, beijando ele, beijando ele de um jeito que o fez suspirar feito uma moça.
Mary riu, e continuaram, por 4 minutos, até a roda começar a girar de novo. Enquanto iam chegando perto do chão, ele tentou falar de novo, mas um simples toque dos lábios dela o calaram.
Mary riu, de novo.
Foram andando de mãos dadas até a moto dele, e ele sentindo uma alegria que era nova pra ele, peito erguido, sorriso bobo no rosto tentando disfarçar, mas Mary realmente sabia fazer cócegas, e fazer ele se sentir bem.
Abrindo o banco e tirando os capacetes falou:
-Uma carona, certo?
-Sim, por favor, disse Mary, fazendo uma reverência.
Abraçou ela forte e soltou o "obrigado" mais sincero de sua vida no ouvido dela, seguido do beijo mais sincero.
Ela só riu, sorrindo.
Vestiram os capacetes e foram estrada a cima. Quando já iam a um quilômetro do parque, ele se lembrou:
-Então, aonde você mora mesmo?
Sem resposta.
De repente, não sentia mais os braços dela ao seu redor.
Desesperou, parou a moto e olhou para trás. Nada de Mary. Correu uma meia hora procurando, gritando e chamando por ela, voltou a moto e abriu o banco. Lá estava o capacete dela, com um guardanapo lá dentro, com a marca do baton dela nele.
Procurou nas ruas, na cidade, na escola, em todo lugar, por muito tempo. Ninguém a conhecia, ninguém nunca tinha visto ela.
Nunca mais viu Mary.
Como de praxe, inquietante no estilo de sir Pdrovs, daquele modo que nos deixa com muito o que pensar, ao concluir sua leitura.
ResponderExcluirÓtimo, entrou para a lista de meus preferidos ^-^